segunda-feira, 17 de novembro de 2008

RAN

Uma obra magnífica. Talvez uma das mais míticas e misteriosas. A primeira guerra, onde os sons característicos são substituidos pela trilha sonora é uma pintura. As interpretações exageradas só fazem nos transportar mais ainda pra esse mundo que Akira Kurosawa criou que não é nem Japão, nem Inglaterra (RAN é baseado na obra Rei Lear de Shakespeare), nem sequer faz parte da Terra. Um mundo mítico de uma dimensão paralela, onde a maldição de uma órfã é mais poderosa que o amor entre pai e filhos. As planícies sendo rasgadas pelo vento forte, e o som de vento que não é real, criado em estúdio, mas que torna o filme ainda mais lírico. A direção de arte pitoresca, dando ao personagem principal um tom meio caricato, que se torna duro depois, e que finalmente acaba em demoníaco. Enfim, vale ver com muita cautela esse filme, pois não será fácil digerí-lo, como não o está sendo para mim. É um vislumbre do que possa ser a alma humana, e o pior é que me deixou assustado como poucos filmes de terror conseguiram.

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