quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sisters of Mercy

Eu não sou viciado (ainda) em SoM, mas é certo que existe algo místico em suas músicas. Lá por volta de 1998, eu li um livro infanto-juvenil muito bom, chamado Os Noturnos de Flávia Muniz. É uma estória de vampiros, e todos sabem que sou fanático por esse assunto. Este livro foi um dos responsáveis pela minha paixão por literatura, e ainda hoje é um dos meus favoridos. No seu final, Flávia, em uma "mini auto entrevista", diz escrever ouvindo música, e uma das que ela cita, é Temple of Love, do SoM, que posto aqui. E sim, a música é fenomenal, contagiante, e climática. É a tal mística, que só encontrei em poucas bandas. Depois posto outras.

Porquê eu sempre volto para as mesmas bandas?

Respondendo diretamente à essa pergunta, eu sempre volto pras mesmas bandas porquê eu sou apaixonado por boa música. E eu me gabo de ser bem eclético, e muito pouco preconceituoso (tem alguns gêneros que realmente não fazem a minha cabeça, mas eu evito falar mal pra não ser parcial e injusto). Começando essa série de posts hoje, apresento uma das minhas bandas favoritas: Lamb of God. O som deles não é para qualquer ouvido, eu acredito. Música pesada com vocal gutural difícilmente são "gostáveis" para quem não aprecia o estilo. Mas é inegável o talento dos caras. Em 2007 foram nominados à Melhor Performance de Metal para a música Redneck, no Grammy, mas perderam o prêmio para o Slayer - Eyes of the Insane. O estilo é difícil de definir, e no meu ver, desnecessário. Então basta dizer que é metal, com vocal gutural, e quem quiser dar uma olhada, fique à vontade. A banda mistura técnica apurada, riffs poderosos, e um ritmo alucinante "solto, trancado e solto". O melhor exemplo desse tipo de quebra está na faixa Ruin, que disponibilizo em video aqui em baixo. Enfim, quando a banda é tão genial quanto Lamb of God, passa o tempo, bandas vem e vão, mas eu sempre volto à ouvi-la. Mais pra frente escrevo sobre outras que sempre volto á ouvir. Espero que gostem dessa.


Flying Dogs

Fuçando no site da UOL, me deparei com esse vídeo. Achei fenomenal. Música eletrônica bombando, e os nossos melhores amigos voando. Muito bom.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

The Midnight Meat Train

O filme é bom, mas poderia ser melhor. Ele segue a linha "Fotógrafo Investigativo" por um bom tempo, com um quê de "Se afundando na escuridão". Como exemplo, é mais ou menos o que acontece com a personagem de Jodie Foster em o Silêncio dos Inocentes: ela começa a investigar um caso, mas para isso precisa da ajuda de Hannibal Lecter, o corruptor. Apenas conversando com ele, ela é tragada para uma viajem ao lado mais sombrio do ser humano. E é exatamente isso que o diretor de The Midnight Meat Train tentou fazer com a maioria do tempo do filme. Acrescentou também um "Você não sabe onde está se metendo" da polícia, o que indica sua corroboração. Porém, o final não se justifica. Quer dizer: o filme inteiro não justifica o final. O filme é recheado de cenas de violência explícita, e os amantes do gore certamente vão gostar de assisti-lo. Mas elas não são bem feitas, na minha opinião. Eles abriram o espaço para o gore, sem se preocupar com a censura, mas não conseguiram produzir o asco, aquela coisa perturbadora que você sente, por exemplo, quando vê um jogador de futebol quebrando a perna.



Enfim, faltou uma pegada forte. O diretor Ryûhei Kitamura não tem lá um grande curriculum, principalmente no gênero que o filme se propõe. E fica ainda mais evidente a escolha errada quando sabemos que o roteiro é adaptado de um conto de Clive Barker. Merecia um tratamento melhor. Mas não me entendam mal: o filme não é ruim, mas poderia ter sido melhor. Muito melhor.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Hancock


Tosco. Como sempre os blockbusters não erram na decupagem, na edição, na fotografia, na direção de arte, já o roteiro... É bem meia boca. OBSERVAÇÃO, CONTÉM SPOILERS À FRENTE. Tava bacana até a Charlize Theron virar super heroína tb. Poderia ter-se focado no plot relações públicas e super herói às avessas, mas não. Foi introduzido um elemento desnecessário. Extremamente lindo (Charlize... nossa...), mas desnecessário. Com ela vem um esboço fraco de dizer de onde os super poderosos vinham, o que não precisava; cria um triângulo amoroso que não precisava; cria uma fraqueza (dos dois poderosos estarem juntos e se tornarem mortais) desnecessária; enfim, se o filme tivesse terminado quando Hancock sai da cadeia e ajuda o chefe de polícia, teria sido um ótimo média metragem. O roteirista, com preguiça de trabalhar, continuou e fez merda. Vale a pena conferir apenas pela Charlize, que, como sempre, está um espetáculo (em beleza e em atuação... nossa...).

RAN

Uma obra magnífica. Talvez uma das mais míticas e misteriosas. A primeira guerra, onde os sons característicos são substituidos pela trilha sonora é uma pintura. As interpretações exageradas só fazem nos transportar mais ainda pra esse mundo que Akira Kurosawa criou que não é nem Japão, nem Inglaterra (RAN é baseado na obra Rei Lear de Shakespeare), nem sequer faz parte da Terra. Um mundo mítico de uma dimensão paralela, onde a maldição de uma órfã é mais poderosa que o amor entre pai e filhos. As planícies sendo rasgadas pelo vento forte, e o som de vento que não é real, criado em estúdio, mas que torna o filme ainda mais lírico. A direção de arte pitoresca, dando ao personagem principal um tom meio caricato, que se torna duro depois, e que finalmente acaba em demoníaco. Enfim, vale ver com muita cautela esse filme, pois não será fácil digerí-lo, como não o está sendo para mim. É um vislumbre do que possa ser a alma humana, e o pior é que me deixou assustado como poucos filmes de terror conseguiram.

Psicopata Americano

Estranho. Mas muito bom. No início o filme parece um comercial (a introdução do seriado Dexter claramente copiou a introdução desse filme), onde Patrick Bateman, o protagonista, nos explica, em Voice Over, seus cuidados com a própria aparência (com uma voz bem de comercial mesmo). Mais tarde, quando Bateman se encontra com os amigos, o equadramento utilizado é muito esquisito. Não sei se foi de propósito, mas os olhos dos personagens ficam bem no meio da tela, e não no primeiro terço, dando um "teto" gigantesco e posicionando a cabeça dos atores exatamente no meio da tela. O roteiro é fenomenal. Apesar de eu não gostar muido de V.O., nesse filme ficou parecendo, além de publicidade, uma terceira pessoa, ou talvez a consciência do protagonista, conversando com ele mesmo. A direção é um pouco experimental, mas do mesmo jeito que causa um certo estranhamento nos planos escolhidos, nos sentimos dragados para dentro da mente de um homem insano. A direção de arte faz um trabalho fenomenal, hiper colorido, retratando os costumes e a moda da sociedade oitentista (época em que se passa o filme). A edição talvez seja o que o filme tem de mais clássico. Sem experimentalismo, cortes secos, e só. A trilha sonora chega a ser engraçada: Erasure, Whitney, e outras modas dos 80´s. Se forem assistir pela primeira vez ou se forem reassistir, prestem atenção na interpretação de Christian Bale quando ele vê os cartões pessoais melhores que o dele, e quando ele resolve contar tudo para o seu advogado. MUITO BOAS. Só uma curiosidade: Christian Bale = Patrick Bateman... "Bateman"... Batman... AUhiuAHiUAHUAhiUHAiUAH.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

As Duas Faces da Lei

É inegável que ver Pacino e De Niro na tela é muito bom. Bom não é o roteiro, a direção e a edição deste filme. Totalmente previsível, o filme falha no quesito principal de qualquer obra cinematográfica: emocionar. Não se aprofunda nos sentimentos de nenhum de seus personagens. Talvez, a grande culpa disso é a falta de protagonista. O filme tem, mas simplesmente se abdica de mostrar o seu ponto de vista. Não é perda de tempo, em todo caso. Por Pacine e De Niro, vale a pena ver.

Muito Além do Jardim

Fantástico. Fantástico. Fantástico. Vou me abster de comentários nesse. UM DOS MELHORES FINAIS DE FILME DE TODOS OS TEMPOS.

Ponto de Vista

Olha, no meu ponto de vista, é "meia boca" (não poderia perder a piadinha né? :). A proposta era muito boa, e Barry L. Levy, o roteirista, não soube concretiza-la de forma à torná-la mais do que entretenimento. Não que precisava ser mais do que isso, o problema é que não chega nem a ser. Com os vai e vens mal feitos da trama (culpa aí tanto do roteirista quanto do diretor e editor), o filme custa à romper a barreira de 01:00h, e antes de chegar lá, cogitei até dar stop e desistir. Incomoda mesmo. Sabem porque eu prossegui? Por causa de Forrest Whitaker. É o único dos atores que mantém uma atuação excelente do inicio ao fim. Matthew Fox (Lost) Começa regular, desliza bastante do meio até o final, mas no final, tem uma interpretação convincente, bem no finalzinho. Já Dennis Quaid aparece com interpretação notável no início do filme (o que me fez acreditar que veria nele um personagem forte, mas com as firulas mal feitas do roteiro não consegui visualizar isso nele), porém, do meio em diante interpreta medianamente, e não convence. É claro que por ser um filme de orçamento gordo, vemos uma fotografia excelente, mas fotografias excelentes são praticamente pré requisito para um filme hollywoodiano ser lançado. Já a trilha sonora também deixa a desejar, pontuando com maestria em nenhuma vez no filme. Voltando ao assunto roteiro, há várias coisas nele que o tornam bem pouco convincente. ATENÇÃO, SPOILERS À FRENTE. QUEM NÃO GOSTA DE SABER SOBRE O FILME ANTES DE VÊ-LO DEVE PARAR DE LER POR AQUI. Uma dessas pontas soltas é a incrível ingenuidade de colocar um "terrorista" DENTRO da Agencia de Segurança Nacional americana??? Conta outra... ok, eu conto: dirigir um carro em alta velocidade pelas ruas engarrafadas e estreitas da Espanha e falando ao celular simultaneamente??? Conta outra... ok, eu conto: Sequestrar o irmão de um agente secreto hiper treinado e obriga-lo à invadir o prédio em que o presidente dos EUA está hospedado? Seria mais fácil descobrir onde o irmão dele estava, resgatá-lo e matar todo mundo não? Conta outra... ok, eu conto: o filme termina com um Deus ex Machina horroroso, blargh... pra quem não sabe o que é Deus ex Machina, vai o link pro wikipedia que explica. É isso.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus_ex_machina