segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Night to Remember!


Já tiveram a sensação de vazio, a sensação de abandono e solidão tal qual a de finalizar a leitura de um livro muito bom, em que você se apaixona pelos personagens e pela trama?
Já fizeram algo tão bom que o tempo se tornou suspenso, e a percepção de espaço, de corpo, de matéria, se torna adulterada, como uma viajem lisérgica?
Partindo para o campo da idolatria, já estiveram próximos de alguém que transcende o imediatismo e a percepção de realidade, através de genialidade e sensibilidade ímpares? É como estou me sentindo em relação ao show que se passou na noite anterior, aqui em São Paulo. Opeth é o nome da banda, cuja obra, em minha opinião, flerta com a perfeição.
O show mostrou mais a faceta doom metal da banda, mas ainda assim foi permeado de momentos jazzísticos e progressivos. Uma mistura contagiante e viajante, que me fez esquecer completamente que uma hora antes havia tomado uma chuva que só vendo para crer (na fila, esperando para entrar), que me deixou completamente ensopado, e quê me deu dores e câimbras nos pés o tempo todo.

Enfim, foi uma noite para se lembrar. E olha que eles não tocaram nenhuma das minhas favoritas. É por isso que eu “ainda” não posso morrer. Nem que eles tenham que fazer um show particular em que o set-list inclua Patterns in the Ivy II, Still Day Beneath the Sun, The Grand Conjuration e Porcelain Heart.