quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Devaneios 01

Não é novidade que sou complicado. Que sou um romântico inveterado, que acredito no amor, que sou bobo. Um bobo quase infantil. Sou imaturo. Mas eu me dedico. Juro! E não há insegurança que basta. Não há noites em claro pensando, devaneios de uma vida feliz, que eu acredito que terei somente em minha mente, e nunca em meu coração. Eu não quero demais. Eu quero o que os outros tem. Eu quero o sonho comum. Eu não quero mansão ou carro do ano. Mas um amigo disse que quanto mais queremos, mais difícil é de se conseguir. Apesar das inseguranças, do medo constante, e de todos os reforços negativos, eu mantenho a esperança. Desespero é uma palavra que tomo muito cuidado em usar. E como outro amigo meu disse, deveria seguir o exemplo dos alcoólicos anônimos: viver um dia após o outro. Pois sim, eu sou viciado em amor, paixão, carinho, mesmo tendo recebido tão baixas doses durante a minha vida. Ela me aconselha ser mais racional, e não deixar minhas emoções me controlarem. E eu gostaria muito que ela se abrisse e se entregasse mais. E o que é a vida sem emoção? Sem paixão? Sem cores? Eu sou um artista, mesmo que medíocre! Eu me alimento delas, e elas são minha fonte pra continuar. E quando o alimento parece estar estragado? É muito pedir por bons frutos de vez em quando? É muito pedir para que cuidem de seu pomar tanto quanto de seu teto? O racional constrói a casa e se abriga da chuva, e o emocional a utiliza para irrigar emoções. Mas eu estou aqui, do lado de maçãs um pouco passadas, completamente encharcado, e bastante cansado. Eu só quero uma fração do que qualquer um poderia conseguir, mas pra mim, parece ser o mais difícil. Me dá vontade de rir, mas logo depois passa, e me entristeço. Penso no chavão: Seria cômico se não fosse trágico. Serei eu o Pierrot? Serei eu o Pierrot???

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Props

sábado, 20 de junho de 2009

Autorretrato

Todo prazo é curto
Toda mentira, fato
Nenhum verbo, ato
Toda certeza, dúbia.

Qualquer caneta falha
Todo espelho mente
Minh'alma sente
Todo olhar frases.

Todo teto é estranho
Nenhuma casa é lar
Todo acerto errar
Apostar é sempre perder.

Toda esperança finada
E eu vivo e torto
Melhor eu morto
Que a vida eterna
Amém.

sábado, 23 de maio de 2009

Âncora!

Eu sei que essa analogia já deve ter sido usada várias vezes, principalmente por piratas bêbados, mas ultimamente me sinto um navio. Não só por ser grande (grande não, gordo) e pesado, nem porquê ultimamente ando boiando mais que bosta n'água, mas porquê parece que tenho uma âncora de toneladas, que insiste em me imobilizar e em me puxar pra baixo. Não ando tendo ânimo pra fazer nada. Escrever, compor, tocar violão, “tocar uma”, nada. Já ouvi “deita e morre” três vezes na última semana, e em outras duas ouvi o “parece que morreu e esqueceu de cair”.
Boto a culpa no frio. Definitivamente é o frio. Mas eu já estava assim andes dele chegar! Deve ser então um frio no coração. Definitivamente, coração gelado. Parece ser uma explicação deveras romântica para explicar essa âncora chamada Lorena. Ei, a âncora é minha, dou o nome que quiser. Apelido qualquer um dá, e a maioria chamam-na de preguiça, mas fôda-se, ela é minha. Tudo bem, meu coração gelado clama por uma chama de esperança, pra me tirar da inércia e mandar de vez Lorena embora. Romântico. Romântico e piegas. O problema realmente é que mesmo nesse frio, insisto em dormir com o ventilador ligado.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Night to Remember!


Já tiveram a sensação de vazio, a sensação de abandono e solidão tal qual a de finalizar a leitura de um livro muito bom, em que você se apaixona pelos personagens e pela trama?
Já fizeram algo tão bom que o tempo se tornou suspenso, e a percepção de espaço, de corpo, de matéria, se torna adulterada, como uma viajem lisérgica?
Partindo para o campo da idolatria, já estiveram próximos de alguém que transcende o imediatismo e a percepção de realidade, através de genialidade e sensibilidade ímpares? É como estou me sentindo em relação ao show que se passou na noite anterior, aqui em São Paulo. Opeth é o nome da banda, cuja obra, em minha opinião, flerta com a perfeição.
O show mostrou mais a faceta doom metal da banda, mas ainda assim foi permeado de momentos jazzísticos e progressivos. Uma mistura contagiante e viajante, que me fez esquecer completamente que uma hora antes havia tomado uma chuva que só vendo para crer (na fila, esperando para entrar), que me deixou completamente ensopado, e quê me deu dores e câimbras nos pés o tempo todo.

Enfim, foi uma noite para se lembrar. E olha que eles não tocaram nenhuma das minhas favoritas. É por isso que eu “ainda” não posso morrer. Nem que eles tenham que fazer um show particular em que o set-list inclua Patterns in the Ivy II, Still Day Beneath the Sun, The Grand Conjuration e Porcelain Heart.

domingo, 22 de março de 2009

Minha Barriga!


Às vezes as pessoas me perguntam: por que você não faz um regime, e perde essa barriga? Ao pensar e filosofar sobre uma boa resposta, eu cheguei à seguinte conclusão: Eu não perco a minha barriga porque demorei muito tempo para encontrá-la. É um caso de amor que eu tenho com ela. Ela me acompanha desde quando eu era bem pequeno, e foi minha companheira nos momentos tristes e nos momentos felizes. Romântico que sou, procuro por ela em cada garfada, em cada colherada, em cada refeição. Ao dormir, levo-a comigo, e ao acordar ela está lá. É uma companheira silenciosa, mas ainda assim uma companheira. Ela me impede de ter relações com outras? Óbvio que não, já que ela sabe que eterno mesmo é nossa jornada juntos. É claro que ela às vezes se coloca no meio das relações, mas isso só me incentiva a buscar posições diferentes, exóticas, e às vezes muito mais vantajosas. Ela atrapalha? Nenhuma relação é perfeita. Às vezes brigamos, e ela tem uma antipatia especial pelo espelho. Inimiga mesmo é da balança, que já aboli de vez do meu círculo social. Mas vamos assim: procuro fazer as vontades dela, e ela, em retribuição, se interpõe entre mim e os obstáculos que possa vir a encontrar. Da próxima vez que me perguntarem por que não a perco, responderei: por que ela é a única que posso realmente chamar de minha!

Tiago "Xorão" Resende

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pensão para mulher bonita!

Observando o texto abaixo, estava aqui pensando comigo mesmo (o que é um tanto óbvio, já que é impossível "pensar" com outra pessoa que não seja você mesmo): e se mulheres bonitas QUISEREM trabalhar? Digo isso porquê eu acho meio complicado sustentar uma mulher. Você gosta do resultado quando a vê toda produzida e arrumada, mas nunca entende o processo. Toda aquele tratamento de beleza, cabeleireiros, manicures e afins precisam ser pagos, mas nós homens não entendemos isso. É complicado entender que mulheres precisam ter uma variedade incrível de opções na hora de escolher um vestido, ou um sapato, sendo que nós homens abrimos o armário, pegamos qualquer coisa, e vestimos. Digo nós homens, homens mesmo. Não aqueles metro-sexuais que não são machos o suficiente para assumirem que são gays, nem bixas o suficiente para sairem queimando a... Gastamos R$ 3.000,00 pra comprar uma TV nova, mas não entendemos que a conta do salão de beleza ficou em R$ 400,00. Óbviamente gostamos do resultado, e às vezes gostamos tanto que não conseguimos nos segurar dentro das calças. Mas se mulheres bonitas não deveriam trabalhar, e deveriam passar seu tempo se tornando mais bonitas, o que fazer então? Bom, se eu fosse presidente, criaria uma espécie de Pensão para Mulheres Bonitas. O Pemuboni. Tá, eu sou um publicitário, acho que consigo algo melhor que isso. Uhm... Bolsa Não Quebre a Unha. Aff, os dois nomes ficaram podres mas vocês entenderam a idéia. Porquê não? Existe o Fome Zero que distribui um monte de comida pra um bando de vagabundo (generalizando), e o Bolsa Família que só sustenta a nossa política assistencialista, fracassada e medíocre. Porquê não dar dinheiro para alguém que realmente mereça? Alguém com seios grandes, bunda perfeita, rostinho agelical e provocante, que faz os dias de todos os machos que as vejam um pouco melhores? É claro que ia aparecer um monte de refugo de macumba dizendo que é bonita e que merecia o Não Quebre a Unha, e por isso, juntamente com a BNQU (opa, a sigla é bacana... leia-a rapidamente três vezes) eu criaria uma comissão julgadora. Uma espécie de Inmetro da beleza. Seria composta por mim, óbviamente, e mais alguns amigos que eu tenho certeza que aceitariam o cargo. Tudo pelo espírito de justiça. Mas o que fazer com as mulheres que querem realmente trabalhar? Produzir? Bom, acho que a pensão deveria ser boa o suficiente para cobrir todos os seus gastos pessoais. Então o que sobraria seria algo como um hobby. Geralmente as pessoas tem mais de um, ou seja: ela poderia ter como hobby ficar mais bonita, mas também o de ser secretária. Aliás, secretárias bonitas dão mais lucro para o estabelecimento. Enfermeiras bonitas (em hospitais particulares) causariam mais acidentes, o que elevaria a procura por planos de saúde. Garçonetes bonitas aumentariam o consumo do freguês. Esposas bonitas justificariam o gasto nos salões de beleza. Enfim, o fato de as mulheres bonitas terem mais tempo e incentivo para ficarem mais bonitas faria o dinheiro no país circular mais, o que melhoraria de um modo geral toda a econômia da nação, pagando o investimento inicial do BNQU. Um projeto auto-sustentável. Mas atenção: o emprego deveria ser encarado como hobby. Mulheres MUITO independentes tendem à ser mais "feministas", e não sei porque mas essa palavra gera a imagem de uma mulher meio macho na minha cabeça. Mulheres tem de ser FEMININAS, e não FEMINISTAS. Acho que femininas deve ser antônimo de feminista.