domingo, 15 de abril de 2007

Comentário sobre crítica de Luis Felipe Silva

Resolvi publicar o comentário, pra reforçar uma idéia. Recomendo ler a crítica e depois esse post!

Link da crítica: http://luisfelipesilva.blogspot.com/2007/04/cinema.html

Comentário na íntegra:

E viva o marketing, salve Kotler e a segmentação de mercado AuhiAuh. Estou lembrando das aulas da UNIUBE e dando pala aqui cara. Nessa crítica (muito boa por sinal), vc toca num assunto que eu ja havia falado no meu post sobre Apocalypto: o do entretenimento pelo entretenimento. Num mundo cercado pela exacerbação da semiótica, sempre se quer dar mais significado à alguma coisa do que ela realmente tem. Senão por ignorância, apenas para aparecer, como é o caso do presidente do Irã. Todo mundo quer parecer mais inteligente ao fazer paralelos entre O Senhor dos Anéis como uma provável crítica ao capitalismo! Poxa, não estamos num regime ditatorial, e a censura, depois da internet, não existe mais. Se um cara quer falar pró ou contra alguma coisa, há espaço para ele falar, e "segmento" pra isso. Acredito sim em mensagens subliminares, e estudei sobre o assunto de forma acadêmica (como matéria do curso de publicidade), mas daí a dizer que Gerard Butler se parece com Bush, e que 300 é pró-governo atual americano, é punhetagem! Ainda bem que esse assunto não eclipsou esse grande filme, mas ainda assim, dá raiva quando vemos "críticas" falarem de tudo, menos do filme que deveriam falar. Fica aí meu apelo inflamado hehehehe.

Adição:

Há mais exceções do que a regra. A maioria dos roteiristas tem sim uma verdade oculta por trás da trama, mas essa é a pegadinha. TODAS as estórias tem verdades ocultas, porque as pessoas tem verdades ocultas. Um roteiro, apesar de alguns se negaram, há mais do roteirista do que elementos externos. Mas aí, entra uma máxima: A mensagem é de quem recebe, não de quem fala. Uma estória é o que você entende, e não o que o roteirista quis que você entendesse. Se, em todos os filmes, pararmos para tentar identificar as mensagens ocultas, o filme em si se perde, e ganha lugar a figura do roteirista (porque não dá para descobrir uma mensagem oculta sem conhecer à fundo o roteirista) e da mensagem oculta. Imagina se, para toda obra filosófica, houvesse um Nietzsche com um "Crepúsculo dos Ídolos", e se esses "Crepúsculos" eclipsassem realmente as obras dos "Ídolos", não haveriam "Ídolos" além dos Nietzsches. Tentar eclipsar uma obra ao concluir as mensagens que deveriam ser concluidades por seus espectadores, é mata-la, ou tentar fazer da obra, uma outra, que seria a sua! É falta de respeito, no mínimo, além de falta de talento, é claro. Sofismo ou não, é assim que penso.

Um comentário:

Luis Felipe disse...

É uma pena que a crítica brasileira tenha demorado tanto a perceber o quanto o receptor é importante para o processo comunicativo. Ficava impressionada ao ver as pessoas não entenderem a vitória do Lula apesar da campanha contra da mídia. Poxa, desde quando as pessoas são obrigadas a acreditar em tudo que vêem? Após a sessão de 300, em uma roda de bar, um de meus amigos definiu perfeitamente um dos detalhes do filme quando outro colega lhe perguntou se o filme era realmente violento. "É, mas não parece real, não é para parecer real". Será que os críticos acham que não somos suficientemente enteligentes para perceber isso? Um abração grande amigo, e siga com o Blog, que está cada vez melhor!